terça-feira, setembro 26, 2017

cárcere


você já não
lembra a cor dos meus olhos a
aspereza do meu cabelo o sal
do meu corpo pegando teu corpo
no chuveiro vou perdendo os fios
que costuram meus braços no tronco a
particularidade do meu sorriso que
mostra um pouco da gengiva as covas
onde cabiam teus dedos
enterrados no meu rosto
não chegam flores
nem visitas
pior que morto
vivo
sepultado no que foi

você


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