segunda-feira, agosto 01, 2016

Arroz




Sentados na cama

Ele não a beija. Nem antes. Nem depois. Ela prepara o chá. Ele põe a cara solene, ajeita os óculos, a barba mal feita, o nariz bonito:


Tudo acaba. A dança. O doce. Os cabelos. Os fluídos. Tudo acaba. As pessoas se vão.
Então, não precisa amor

O arroz

O quê?

O arroz nunca acaba


Quase nunca. Mas acaba. E isso também é triste




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