como a carne da vida
e meus pés
sempre caminhando
pelo tempo
se enchem
de saudades
como a carne
da vida
e os pés
que dançam pelo tempo
estão cheios
de vontade
como a carne da vida
e meus pés
sempre caminhando
pelo tempo
se enchem
de saudades
como a carne
da vida
e os pés
que dançam pelo tempo
estão cheios
de vontade
Raspar o rosto
cavar a máscara
o fundo de argila
e carvão
Os minérios
os minerais
nossos avós
dessa composição
antiga
que somos nós
Escavo mais
e encontro
ponteiros
e engrenagens
Nos dias difíceis
um cuco
me salta
a cara
e volta
à testa
CU
CO
ele diz
e penso
que o difícil
é a espera
o entretempo
O saber
no tempo
que é preciso
dar tempo
As transformações
os processos
mais ou menos
suaves
e ásperos
Por que é tão
difícil
aquilo que
não é
na hora?
As negociações
e Iroko ali
com seu pano
branco
impassível
o olho que tudo
vê
raiz e
comunicação
Reconecto as
engrenagens
guardo o cuco
na testa
Saber o que
fazer com
o tempo
enquanto se
dá
um tempo
é saber
a própria
vida
E depois de
perceber
o difícil
é sempre
agir
De todos
os acordos
o da vida
tudo é só
1 vez
sol
Casca relampiosa
que traz o brilho
de outros tempos
testa herança
tanto de pai
quanto de mãe
muitos olhos
compondo
um 3º
olho
Imaginei-me
com a casca
toda de pixe
pra mergulhar
no tempo
na materialidade
que vivo
o plástico
em todo lugar
meu
seu corpo
a água
petróleo
tudo plástico
o peixe
na minha
cara
mas não
não passo
para não tirar
o brio
o brilho
da testa grande
o olho
oleoso ou
relampioso
a antena
desde sempre
sintonizada
e vocês